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sábado, 28 de agosto de 2010

Caminhos e descaminhos para a implantação da FFPSAJ

Construção do Prédio da FFPSAJ
A Faculdade de Formação de Professores de Santo Antonio de Jesus (FFPSAJ) foi criada por meio da Lei Estadual nº 3.870, de 30 de junho de 1980, reconhecida, através da Lei Delegada nº 66 de 1º de junho de 1983 e oficialmente regulamentada de acordo com o decreto Presidencial nº 90.585, de 29 de novembro de 1984.

A trajetória de construção desta Unidade de Ensino Superior é recheada de cantos, encantos, lutas e perseverança. Segundo a Sra. Dalnice Maria Barreto Souza, primeira diretora da Instituição, a implantação da faculdade aconteceu mediante um ato público em 1980, uma vez que o prefeito de Santo Antonio de Jesus, Bahia comprometeu-se a doar um terreno para construção da FFPSAJ. No entanto, no clamor político não atentou para o fato de que os terrenos disponíveis não condiziam com a verba que seria destinada para a compra. Como a FFPSAJ já havia sido criada oficialmente e não havia prédio para instalação, fez-se necessário improvisar um espaço no Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes. O contrato de parceria entre a Superintendência do Ensino Superior da Bahia e a Secretaria de Educação do Estadual resultou na concessão, por parte Secretaria de Educação, de um pavilhão inteiro deste colégio para funcionamento da instituição. Assim, o início das atividades acadêmicas ocorreu em março de 1981, utilizando as instalações do Colégio.

O tempo estabelecido pelo contrato foi de dois anos, período que as autoridades competentes julgaram suficientes para a procura do terreno e construção da sede da FFPSAJ, mas o contrato venceu antes da finalização da obra, o que forçou a Instituição sair do Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes, pois este reivindicou o espaço para a instalação de novas turmas matriculadas.

A FFPSAJ transfere-se para o
Tênis Clube
Com a necessidade de sair do Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes, em junho de 1983, a Faculdade transfere-se para o Tênis Clube. Contudo a estadia durou apenas um mês, pois a sede própria da instituição já havia sido construída, o que possibilitou a sua definitiva instalação. Em julho de 1983, mesmo sem a conclusão da obra, estudantes e professores resolveram ocupar as futuras instalações da Faculdade a fim de apressar seu término, pois estavam inconformados em não poder utilizar o prédio da FFPSAJ que era seu por direito.

A então diretora da FFPSAJ idealizava o funcionamento da Faculdade de Santo Antonio de Jesus no espaço onde hoje se encontra instalada a Pousada Vila das Palmeiras, pela sua semelhança com a Faculdade de Letras da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Essa era uma utopia de alguém apaixonada pela educação, que prezava pela Instituição em todos os sentidos, como estrutural, educacional e funcional. Mas esse objetivo resumiu-se a um sonho, pois a prefeitura não disponibilizou recursos suficientes para aquisição de uma área tão valorizada. Iniciou-se a procura por um terreno disponível para construção da Faculdade culminando com a compra de uma área localizada no atual Loteamento Jardim Bahia. Em julho de 1983, a Faculdade foi transferida para o prédio próprio, sendo a quarta instituição pública implantada no entorno do Loteamento Jardim Bahia.
Prédio da FFPSAJ construído
A aula inaugural da Faculdade localizada no Loteamento Jardim Bahia aconteceu no Clube dos Cem, no dia 06 de março de 1983, com a finalidade de oficializar o término da construção – do novo prédio – e concretizar essa conquista.

Jogos Estudantis da FFPSAJ
no Ginásio de Esportes
Em 1983 a Faculdade sediava Jogos Estudantis, os quais eram financiados, sobretudo pela 4ª DIRES (Diretoria Regional de Saúde), tais colaborações eram feitas pelo fato da Instituição ter credibilidade perante a sociedade santoantoniense. Dentre os auxílios ofertados à instituição pela Diretora da 4ª DIRES destacam-se ajuda financeira, disponibilidade de transporte para os alunos da instituição e dos outros campi (quando tais eventos eram realizados), equipamentos em geral relacionados às questões estruturais da Faculdade.
Outra informação a ser relatada refere-se à perda territorial que a Faculdade sofreu em função da falta de planejamento da prefeitura e de recursos da Instituição para construir na área que lhe foi destinada. Por conta disso, parte do terreno foi perdido para a construção dos prédios do INSS e do Laboratório do Núcleo de Tecnologia Educacional, NTE. Ressalta-se ainda que o local onde está instalado o prédio do INSS estava reservado para os cursos de extensão da Faculdade.

Em relação ao NTE, a própria construção desse laboratório foi estruturada com a finalidade de beneficiar, também, os discentes da Faculdade, por isso existe um portão que permite o acesso interno da Instituição ao NTE, mas após o término da construção, a administração ficou a cargo da DIREC, e mais uma vez a Faculdade perde o espaço físico que era destinado à ampliação dos cursos.

Depois de passar por processos de desterritorialização, a Faculdade resolveu demarcar seu território construindo os muros, que provavelmente serviram também para atuar como objeto segregador entre a Faculdade e Comunidade.

Participação da FFPSAJ nas
reuniões da Câmara de Vereadores
Durante esse período, a Faculdade estabelecia uma forte parceria com órgãos públicos e privados. Nessa perspectiva, representantes da instituição estavam sempre presentes nas reuniões administrativas da Câmara de Vereadores, Prefeitura Municipal e comércio local, na tentativa de proporcionar melhorias para o Campus V.
A Diretora da FFPSAJ referiu-se aos movimentos estudantis como manifestação social que contribuiu para obtenção de melhorias da Faculdade. “Existia uma grande participação e organização dos estudantes da Faculdade em movimentos de reivindicação social”, concluiu o raciocínio.

Em relação ao funcionamento da direção, esta dispunha apenas de um setor, que tinha responsabilidades sobre todos os cursos, sobrecarregando o trabalho da mesma, uma vez que todos os documentos emitidos e recebidos passavam por este órgão provocando um acúmulo e consequentemente um atraso em suas resoluções. Essa situação só viria a melhorar com a criação dos colegiados, decisão da Administração Central da Universidade do Estado da Bahia, agilizando assim o funcionamento da Instituição.

As publicações da época revelam que a FFPSAJ mudou o contexto da população santoantoniense, ao ponto que esta começou a valorizar a instituição, não como local de identificação social, mas como representação para o município, sobretudo por ser a primeira instituição pública implantada na cidade, onde o estudo era coisa de elite. A mudança de pensamento deve-se também aos cursos oferecidos (licenciatura), muito procurados por estudantes dos municípios circunvizinhos.

Ao longo dos anos, os relatos de moradores constatam a progressiva e contínua influência da Instituição, no crescimento econômico do seu entorno. Evidencia-se um aumento no número das residências destinadas a aluguéis para estudantes e/ou professores, mini-mercados, barzinhos, lojas, armarinhos, restaurantes, cybers-cafés, os quais durante o período letivo são freqüentados essencialmente por estudantes e professores da UNEB.


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